quinta-feira, 28 de maio de 2020

A Casa (1977)

A Casa (1977). Hausu. Exótico terror japônes. Uma colegial (Kimiko Ikegami), e seis de suas colegas de classe, viajam para a casa campestre e assombrada de sua tia. Logo, as meninas arrependidas começam a ser mortas uma a uma; mas qual é a razão por trás dos assassinatos? Esta produção é basicamente uma versão nipônica de "Evil Dead", mas possui um certo estilo visual, que só pode ser comparado a "Suspiria" de Dario Argento, lançado no mesmo ano. É recomendado para fãs do bizarro e do surreal, pois aqui não há muito enredo. 


O filme inteiro é muito estranho do começo ao fim e devo admitir que, se havia uma história acontecendo, deve ser sobre a jovem garota indo até a tia, para aprender mais sobre sua mãe morta. Os personagens em si são todos bastante interessantes, porque recebem o nome de sua "especialidade", sendo uma delas a "Kung-Fu" (Miki Jinbo), que possui alguns dos melhores momentos do filme (as outras atrizes também são bem bonitinhas, diga-se de passagem). A natureza surreal e a mistura de vivos e mortos, nos faz pensar se o diretor Tim Burton não assistiu a isso, antes de fazer "Beetlejuice". 


Contém excelentes efeitos especiais, e que parecem modernos, mesmo nos dias de hoje. Esses efeitos aumentam a natureza exagerada das coisas, servindo também para dar o toque humorístico da trama. Eu acho que alguns podem não entendê-lo (o medo aqui, não vêm de elementos "anticristãos"), mas eu respeito o que o diretor tentou fazer. 



Este é provavelmente, uma das produções mais diferentes que eu já vi e certamente não vou esquecê-la, mas ao mesmo tempo não posso dizer que estou ansioso para assistir novamente, ou sair por ai recomendando a todos. Se você quer ver algo único e com efeitos "brilhantes", não irá se arrepender. Nota 8,5.

Direção de Nobuhiko Ôbayashi. 

Delírios de um anormal (1978)

Produção Nacional. Postagem em homenagem, a um dos melhores cineastas do terror, falecido recentemente. Dr. Hamilton (Jorge Peres), um psicólogo interessado em assuntos  sobrenaturais, é casado com sua amada esposa Tânia (Magana Miller). Com o passar do tempo, Hamilton passa a ter pesadelos com Zé do Caixão, que quer levar Tânia para gerar seu descendente perfeito. Seu colega de clínica, Dr. Adolfo Hansen (Jayme Cortez) convida José Mojica Marins, criador de Zé do Caixão, para convencer  Hamilton, de que o personagem não existe, sendo um fruto de sua imaginação hiperativa. 


Para este filme em particular, Mojica reuniu inúmeras cenas de seu trabalho, e juntou-as com uma pequena filmagem para contar a história do cientista Dr. Hamilton, que sofre de pesadelos terríveis, nos quais vê o ícone do terror cult "Coffin Joe" (interpretado por Zé do Caixão) tentando fugir com sua esposa Tânia. O médico que trata Hamilton, convida Zé para auxiliá-lo, acreditando que o criador de Coffin Joe pode ter a chave para curar seus pesadelos, o que, por sua vez, acaba dando a Mojica uma ideia para seu próximo filme. 


Com a maior parte do tempo gasto pelos pesadelos de Hamilton, que são essencialmente uma compilação de imagens esquisitas aleatórias, tiradas de contexto (imagens essas, que jamais fariam sentido em qualquer contexto). Para a maioria dos fãs de terror nacional, "Delírios de um anormal" é uma experiência incrivelmente tediosa, sem sentido e colossal perda de tempo, especialmente para quem já viu a maioria dos filmes mais conhecidos de Mojica, porém, para nós do blog que sempre conseguimos extrair alguma coisa positiva, "Delírios" serve bem para aqueles iniciantes na obra do grande mestre (me lembro de ter comprado o DVD nas Lojas Americanas por apenas 5 reais!). 


Se ainda não viu "A meia-noite levarei sua alma"/"A meia-noite encarnarei no teu cadáver"; "Delírios" pode funcionar muito bem como aperitivo inicial, para a apreciação do maior ícone do terror, que já existiu fora do eixo EUA/Europa. Nota 8. 

Direção de José Mojica Marins .