sábado, 19 de outubro de 2019

Os Pássaros 2 (1994)

The Birds II: Land's End. Um professor de biologia e sua família, decide passar um tempo em uma casa de veraneio, localizada em uma ilha. Neste local, ele pretende escrever uma tese importante, enquanto supera a morte de um de seus filhos. Enquanto eles estão lá, um grande bando de pássaros aparecem e começam a atacar humanos individualmente, sem motivo aparente. O prefeito da cidade (que também é o médico local) se recusa a acreditar que os pássaros são os responsáveis, ​​pela avalanche de ferimentos que estão ocorrendo. Porém, em pouco tempo, ele não tem outra opção, a não ser se defender destes mesmos pássaros que começam, a atacar grupos maiores de civis. 


Nós sabemos muito bem, que fazer qualquer "alteração" no trabalho de um gênio como Alfred Hitchcock, é praticamente impossível, porém a atuação dos atores que compõem a família do filme (Brad Johnson e Chelsea Field como Ted e May; e duas atrizes menos conhecidas como suas filhas) pelo menos compensam até certo ponto, um desdobramento cinematográfico ruim. A história da agressão de pássaros e as reações irracionais das pessoas ao inesperado, não muda neste roteiro. 


No entanto, as linhas de diálogos entre os personagens, principalmente com as pessoas da vila atacada, poderia ter sido muito mais inteligente. A única característica melhor do que a do filme original, foram as paisagens. Alfred Hitchcock concentrou-se no suspense, enquanto este filme tem tempo para se concentrar mais na estética. É certo que isso ainda não o aproxima de ser um clássico, mas ainda é bastante agradável. Outro ponto questionável, é que o diretor Rick Rosenthal (HALLOWEEN 2), resolveu usar um pseudônimo - Alan Smithee. 


Com base nisso, você não pode contar com uma boa direção - e eu certamente não culpo Rick Rosenthal por negar esta produção, afinal de contas, ainda estamos falando de um dos trabalhos do gênio imortal Alfred Hitchcock, sendo impossível quaquer comparação.....ainda assim, esta continuação (e não um remake!) diverte, e serve como curiosidade para fãs de terror, no geral. Nota 8,5.

Direção de  Alan Smithee.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

A Volta dos Mortos-Vivos (1985)

The Return of the Living Dead. Franquia de baixo-orçamento e de grande sucesso nos anos 80. Funcionários desajeitados de um armazém químico, acidentalmente liberam um gás mortal no ar. Esses vapores tóxicos chegam até as pessoas  mortas,  que voltam a vida na forma de estúpidos zumbis, que acabam causando um grande tumulto por Louisville, Kentucky, buscando sua comida favorita, o cérebro dos vivos!. Muitos anos antes da internet, Tv-a-cabo e joguinhos de PC, "Return...'' nos apresentou zumbis velozes, que podiam correr, pular e trabalhar em grupo, atacando pessoas e fazendo disso uma atividade "tragicômica". Estes monstros não são nada lentos; eles falam, pensam e resolvem problemas. 


Os personagens adultos deste filme são bem mais interessantes, do que os adolescentes (a gangue teen, é bem fraca e clichêzinha para falar a verdade). James Karen (Frank) é absolutamente histérico em seu papel como o gerente do depósito médico, cuja irresponsabilidade desastrosa leva à liberação dos monstros. Clu Gulager (Burt) é um idiota corporativo estressado, que fará de tudo para salvar o nome e a reputação do armazém que possui. E Don Calfa (Ernie) está excelente como o agente funerário sombrio, que pode ou não ser um ex-nazista. 


O grupo de personagens é incompatível na trama, mas se reúne e forma um vínculo, revidando e ficando mais desesperado, à medida que os zumbis se tornam mais fortes. Este filme nunca desacelera, nem por um minuto. Não há cenas de explicação longas, nenhuma configuração chata, apenas "emoção-killig-zumbi", desde a primeira cena. 


É a homenagem perfeita aos filmes de Romero; não existe um final feliz aqui, apenas uma reviravolta irônica que fará sorrir até o mais cínico pessimista. Este filme já é um clássico cult e merece seu status, não foi um sucesso estrondoso como "Sexta-feira 13", ou a "Hora do pesadelo", mas conseguiu uma boa parcela de fãs, até os dias atuais. Nota 8.

Direção de Dan O'Bannon.

O Bebê de Rosemary (1968).


Rosemary's Baby. Rosemary e Guy (Mia Farrow e John Cassavetes), são casados e se mudam para um novo apartamento, cercado por vizinhos excêntricos e ocorrências estranhas. Quando a esposa fica "misteriosamente grávida", a paranóia sobre a segurança do bebê, começa a afetar a vida do casal. Com toda certeza, é uma das maiores produções de todos os tempos. A força do filme é o roteiro, que através da trama e do diálogo, implica e sugere. Somente perto do fim, descobrimos a verdade presumida. O suspense aumenta no final, enquanto Rosemary se aventura, no interior do apartamento diabólico, de seus vizinhos "do mal". A atuação é ótima, e reforça o roteiro bem elaborado. Gostei particularmente da atriz Ruth Gordon (no papel de Minnie), com seu comportamento e maneirismos excêntricos. 


O design de produção e especialmente os figurinos, são luxuosos e coloridos. Já as roupas e penteados, como seriam de esperar, são típicos da década de 1960. Os efeitos visuais são mínimos, e são usados ​somente ​para aprimorar a história. Dado o ponto de vista do filme, a trama é bastante subjetiva. Sua interpretação é baseada nas percepções, imagens e medos do personagem Rosemary. 


Pode-se dizer que ela sofre de delírios, ou, alternativamente, pode-se explicar que o que acontece é real. Está tudo na interpretação!. De qualquer forma, é um ótimo filme. Ele se mantém bem, mesmo quarenta anos depois. Causou uma revolução no cinema de terror/suspense da época, em um período onde os filmes de horror sofriam de uma certa ingenuidade, com excessos de "dráculas", e monstros de borracha com ziper nas costas. Ele também demonstra, um outro aspecto da cultura norte-americana, que já começava a preocupar as autoridades: o surgimento das seitas satânicas nos EUA, um problema que afetou bem o país, naquele período. 


Existe também uma "maldição" envolvendo os artistas participantes do filme. A atriz Sharon Tate (esposa do diretor na época; e que faz uma ponta não creditada), acabou sendo assassinada pouco tempo depois na vida real, pela seita diabólica, do maníaco Charles Manson. Mia Farrow teve inúmeros problemas pessoais em toda sua vida;  John Cassavetes morreu em circunstâncias misteriosas; e por fim, o ex Beatle John Lennon foi assassinado na frente do prédio, que serviu de locação para o filme, entre outros acontecimentos ruins. Coincidências a parte, trata-se de uma obra prima, digna de apreciação e que sempre habitará a lista das produções mais impactantes de todos os tempos. Nota 10.

Direção de Roman Polanski.