sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Os Ghoulies (1984)

Franquia trash, de grande sucesso. Um jovem rapaz e sua namorada, se mudam para uma antiga mansão. Lá, o jovem fica fascinado pela vontade de controlar antigos demônios. Quando criança, Jonathan Graves (Peter Liapis) é retirado de seu pai, Malcolm (Michael Des Barres), o líder de um culto à magia negra, quando Malcolm quase sacrifica Jonathan em um ritual. Muitos anos depois, Jonathan descobre que seu pai faleceu e ele herdou uma grande casa, que agora está em condições precárias. Ele se muda para lá com sua namorada Rebecca (Lisa Pelikan), e logo depois começa a agir estranhamente, seguindo os passos do maligno pai. Se você é fã de filmes extravagantes, Ghoulies é uma boa pedida. 


Todos os outros provavelmente deveriam evitar esse filme. Esta é uma produção de Charles Band, conhecido por filmes bem duvidosos. Estamos quase no território da produtora Troma aqui, mas Ghoulies ainda é bem superior do que a produção típica da Troma. Ghoulies apresenta a maioria dos clichês de terror da metade dos anos 80, ou seja: cabelos grandes, minissaias apertadas, gravatas finas, uso de drogas recreativas e assim por diante. Também temos a típica alta contagem de mortos, embora nesse caso, vale a pena notar que o escritor/diretor Luca Bercovici, introduz uma "reviravolta" perto do final, que diminui significativamente os assassinatos.


Peter Liapis é o foco do filme, seu absurdo exagero, ocupa a maior parte do tempo na tela. Ainda assim, apenas a breve presença de dois servos demoníacos, Grizzel e Greedigut, por si só, faria de Ghoulies um clássico. Isso, sem nem mencionar os outros adereços  ridículos, que são obviamente bonecos e "peças mortas" (Charles Band parece amar fantoches), e foram o começo, de uma tentativa de lucrar com o sucesso da série Gremlins. Nós também temos zumbis, uma batalha de feiticeiros, óculos de sol como um grande dispositivo, bonecos malignos, um ataque com uma língua de 1,5 metro de comprimento e algum subtexto homoerótico provavelmente não intencional. 


Note que, enquanto Ghoulies é rotulado de "comédia/horror", é muito improvável que tenha sido planejado para ser uma comédia de alguma forma. Mesmo se o produtor aplicasse o rótulo ao filme antes do lançamento, provavelmente era porque até ele percebeu como o filme era ridículo. De qualquer forma, ainda há muita diversão por aqui. Nota 8.

Direção de Luca Bercovici.

Re-Animator - A hora dos mortos-vivos (1985)

Um estudante de medicina e sua namorada, envolvem-se em um experimento bizarro, de reanimar os mortos, conduzidos por seu incorrigível companheiro de quarto. A ênfase aqui também está no humor, uma vez que os mortos podem andar e aprontar por ai. O filme, inspirado por H.P. "Herbert West: Re-Animator", de Lovecraft, segue um enredo simples. Herbert West (Jeffrey Combs que, como Bruce Campbell, é uma lenda dos filmes B) é novo na Medical University. Imediatamente, Herbert discute com o Dr. Carl Hill (David Gale) o assunto da "morte cerebral". Paralelo a isso, o personagem Dan Cain (Bruce Abbot) está procurando por um companheiro de quarto. Ele também está namorando a filha de Dean Alan Halsey (Robert Sampson), Megan (Barbara Crampton). 


Já West está a procura de um local para seus estudos, incluindo experimentos com animais. Não demora muito para que o gato do local acabe morto, revitalizado e morto novamente. As primeiras cenas de violência são perturbadoras e hilariantes ao mesmo tempo e são apenas uma amostra do que está por vir. Dan tenta resistir à tentação do poder inerente ao fluido de re-animação, mas é atraído pelo mundo louco de seu amigo Herbert. 


Há uma reviravolta de fatos na metade do filme (eu não seria louco para estragar) que quase grita para o espectador: "Não estamos seguindo regras aqui". O enredo abre caminho para a famosa conclusão de que, se você ainda não ouviu falar, vai deixá-lo sem fôlego. Mesmo sabendo o que vai acontecer, quando você finalmente o vê, em toda sua glória sexual, você entende por que esse clássico alcançou tal status. O final do filme é distorcido de muitas maneiras, é impossível narrar. 


Obviamente, é um clássico. Não posso dizer que se adequará ao gosto de todos. As cenas são tão exageradas e ultrajantes, que o sangue se torna cada vez menos chocante. O espectador tímido talvez, poderá querer fugir dessa obra-prima, mas se você é um curioso do material trash, deve procurar esse filme com certeza. Ainda gerou mais três episódios: A NOIVA DO RE-ANIMATOR; POR TRÁS DE RE-ANIMATOR e RE-ANIMATOR 2017. Nota 8.

Direção de Stuart Gordon.

Troll - O Mundo do Espanto (1986)

A família Potter acabou de se mudar para um apartamento alugado em São Francisco. Harry Potter Sr. (Michael Moriarty) e sua esposa Anne (Shelley Hack) estão trazendo os pacotes para o apartamento, enquanto seu filho Harry Jr. (Noah Hathaway; o inesquecível Atreyu do clássico HISTÓRIA SEM FIM) e sua filhinha Wendy Anne (Jenny Beck) ficam na calçada. Quando Wendy vai para a lavanderia, ela encontra o troll malvado Torok (os trolls são seres meio duendes, meio monstros), que usa seu anel mágico para possuir Wendy, e usar sua forma para transformar os moradores de seu apartamento em outros trolls, construindo assim seu reino de terror. Harry Jr. sente que algo está errado com sua irmã, e procura ajuda com a bruxa do bem Eunice St. Clair (June Lockhart), que mora no prédio. 


Esta produção não é tão boa assim, mas também não é tão horrível como costumam dizer alguns sites por aí. É principalmente uma fantasia/horror-comédia não muito ambiciosa, e estranha o suficiente, para se tornar um bom filme cult da meia-noite. Seus poucos oitenta minutos não são insuportáveis, porém, há muitas coisas que não fazem sentido. 


Primeiro: Se tudo na terra das fadas era completamente maligno, como é que a bruxa tinha o cogumelo falante? Segundo: Como é que o troll não queria que a menina morresse? Apesar das falhas, este clássico é digno de seu gênero: um ridículo filme sobre criaturas dos anos 80. A razão pela qual não é tão lembrado como a sua famosa sequência de 1990 (Trolls2), é por ser bastante estranho e chato em algumas partes, mas ainda possui valores de produção, o que difere do segundo episódio mais conhecido, onde a atuação e a escrita são horríveis de uma maneira geral. 


A melhor coisa aqui, é a excelente trilha sonora, do experiente Richard Band. No mais, temos uma produção no estilo "Terrir", esquecido pelas novas gerações. Nota 7.

Direção de  John Carl Buechler.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Fome Animal (1992)

Braindead. Nas profundezas das exuberantes selvas da isolada "Ilha da Caveira", encontra-se o habitat do indescritível e ameaçador "Simian Raticus", ou mais conhecido por seu nome comum, o Rato-macaco-de-Sumatra (?), que transmite um hediondo vírus contagioso, vindo de ratos de navio, e de macacos de árvore. Atualmente, em Wellington, Nova Zelândia, o oprimido Lionel Cosgrove (Timothy Balme), que vive com sua mãe despótica Vera (Elizabeth Moody), finalmente encontrou sua alma gêmea, a personagem Paquita (Diana Peñalver), mas infelizmente, seu mundo vai mudar rapidamente quando, depois de um passeio no zoológico local, um espécime raro acaba mordendo sua mãe Vera. 


Agora que ela está contaminada, e com uma infecção se espalhando, Vera se transforma em um ser apodrecido e voraz por carne, fazendo a situação ficar fora de controle, estocando uma coleção cada vez maior de corpos rígidos e outras partes. Os desajustados e fanfarrões zumbis, detidos no porão da casa de Lionel, exigirão ação imediata por parte dele, que ainda precisa reunir coragem e enfrentar um mal realmente "grande e pertubador". 


Este é de longe o melhor filme de terror da década de 90. Ele tem tudo - um rato-macaco horripilante, um bebê bizarro, zumbis fazendo sexo, violência gratuita, gore extremo, um padre-ninja, uma mãe chata que se transforma em um zumbi, um parente mulherengo que é um perdedor patético, um velho psíquico que prevê o futuro e, finalmente, alguém que cuida de todos eles. Ah, não podemos esquecer de mencionar a cena inspiradora com um cortador de grama também. Braindead é um splattermovie realmente sangrento, mas com um pé na comédia também. 


Todos os atores são terríveis, mas é justamente isso que torna essa produção tão legal. O que realmente faz com que este filme seja uma obrigação para todos os zumbi-fãs, é a maneira extremamente ultraviolenta que eles são abatidos. É o rei dos filmes zombie-cult. Como você pode entender agora, é necessário um senso de humor doentio para assistir a este filme. No geral, esta obra-prima cinematográfica merece a mais alta crítica, sem esquecermos toda a loucura criativa e viagem inspiradora de seu diretor Peter Jackson (SENHOR DOS ANÉIS; KING KONG). Nota 10.

Direção de Peter Jackson.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Frankenstein (1984)

Versão Inglesa para o clássico da literatura mundial. Elizabeth (Carrie Fisher - a eterna Princesa Leia de STAR WARS) fica preocupada que seu noivo, Victor Frankenstein (Robert Powell) esteja passando muito tempo com seus experimentos. Acontece que ele está criando um monstro-humano (David Warner) e tentando trazê-lo de volta à vida. Este filme britânico feito para a televisão, não é exatamente a melhor versão da história, mas apresenta um bom elenco e algumas boas cenas que o tornam tolerável. Ao mesmo tempo, não há dúvida de que não há o suficiente aqui para valer a pena assistir, a menos que você queira ver todas as versões da história por aí. 


Existem alguns problemas importantes com o filme, sendo que o maior é o fato de que a direção é bastante sem brilho e não há estilo para a imagem. Ele é descontraído e se move em um ritmo muito lento. Mesmo com apenas 73 minutos, se arrasta e não há dúvida de que precisava de muito mais energia. 


Eu acho o ator Powell bastante insosso, e Fisher também está ruim como Elizabeth. Ela nem sequer tenta, um sotaque típico de época. Simplesmente não estava certa para o papel. John Gielgud aparece brevemente como o cego eremita, mas esta cena não tem muito impacto. David Warner está bem como o monstro, e ele é certamente um dos destaques de toda trama. A parte final é bem interessante, e há uma grande sequência onde o monstro confronta seu criador, fazendo perguntas sobre o por que ele ser do jeito que é. 


Esta cena foi feita com inspiração, e bem que o resto do filme poderia ser assim (só que não é). No mais, é apenas uma curiosidade para aqueles fãs deste personagem lendário. Este filme foi exibido na antiga sessão "Cine Trash", da Bandeirantes, nos anos 90. Nota 7.

Direção de James Ormerod.

Sinbad e os Sete Mares (1989)

Aventura italo-americana estrelada por duas lendas dos filmes B, Lou Ferrigno (HERCULES; HULK - A SÉRIE) e a atriz Teagan Clive (ALIENATOR; INTERZONE), ambos também atletas do levantamento de peso. O enredo traz Sinbad em busca de algumas pedras especiais para que seu amigo Príncipe, possa se casar com sua amada, que está sendo mantida pelo bruxo maligno Jaffar (John Steiner). Ele embarca com uma tripulação que inclui um guerreiro viking (Ennio Girolami) e um samurai (Hal Yamanouchi), superando adversidades como grandes criaturas, tiros a laser, e soldados que ressuscitam do mundo dos mortos. 


Feito na Espanha, sem nenhum equipamento de som, sob um diretor que o reescreveu enquanto o filmava, arquivado por anos devido a ser inutilizável, mal dublado e mal pontuado em uma tentativa de conseguir algo vendável. Esta produção peca, por seu histórico problemático, e sofre por não ter as mesmas lindas cores brilhantes, que pelo menos fizeram o clássico "Hércules" da década de 80, divertido de se ver. 


Eu não posso recomendá-lo, a menos que você goste de fantasias despretensiosas. Há monstros, brigas, mulheres sensuais, efeitos animados, capangas vestidos de couro, narração constante explicando o que está acontecendo, música tosca, cavalos zumbis mágicos etc. 


Ainda temos no elenco a bela atriz italiana Alessandra Martines no papel de Alina, e Stefania Girolami Goodwin como Kyra. Recomendado para fãs de Lou Ferrigno (ele ainda está em forma e com um belo penteado) e filmes de ação italianos do gênio Enzo G.C. (FUGA DO BRONX; NEW BARBARIANS). NOTA 7.

Direção de Enzo G. Castellari.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

WARRIORS....Os selvagens da noite (1979)

Em um futuro pós-apocalíptico, Cyrus (Roger Hill), o líder da gangue mais poderosa da cidade de Nova York (os "Gramercy Riffs"), convoca uma cúpula da meia-noite para todas as gangues da área. Os solicitados são obrigados a enviar nove representantes desarmados para essa reunião. Durante o encontro, uma gangue chamada "The Warriors" é culpada injustamente por matar Cyrus, enquanto ele fazia seu discurso. Eles agora têm uma missão difícil: fugir, sobreviver e atravessar o território dos rivais, para chegarem ao seu próprio bairro sãos e salvos. 


Os guerreiros cruzam lentamente os territórios hostis do Bronx e de Manhattan, escapando por pouco da polícia, e de outras gangues, a cada passo do seu caminho. O filme é mais entretenimento do que algum tipo de denúncia social. Na verdade, parece em muitos aspectos, com um jogo de video-game, e não com um filme (coincidentemente, também foi licenciado e virou um interessante jogo para computadores). 


Um número implausível de gangues de jovens miscigenados, reúne-se no Bronx para ouvir uma proposta do líder, sobre uma união de interesses; as gangues também são estranhamente limpas em certo sentido, interessados em roupas, mulheres e brigas, mas aparentemente não envolvidas em tráfico de drogas, ou outros crimes hediondos. De qualquer forma, alguém mata Cyrus e uma gangue de Coney Island é suspeita (erroneamente); eles viajam de volta para casa de metrô por toda a cidade à noite, com a gangue de residentes de cada bairro pelos quais passam, impedindo-os de fazê-lo. 


O elenco também merece algum destaque, com a presença da bela Deborah Van Valkenburgh no papel de Mercy, e do falecido ator porto-riquenho Marcelino Sánchez, como o membro Rembrandt. Muito deste filme é francamente ridículo e ultrapassado; no entanto, é uma ótima premissa de filme B, e o diretor Walter Hill, era um especialista nesse tipo de miscelânea absurda e sem rodeios. Certamente não é 'Laranja Mecânica'; mas é surpreendentemente curioso e divertido, mesmo se você tiver mais de 30 anos. Nota 8.

Direção de  Walter Hill.

O Mestre dos brinquedos (1989)

O sádico Neil Gallagher (Jimmie F. Skaggs) encontra o segredo das marionetes de Toulon, que ganham vida e depois se matam. Alex (Paul Le Mat) e seus amigos psíquicos vêm investigar e são perseguidos por estes bonecos, que possuem uma variedade de características estranhas. Cada um deles, é acompanhado de suas próprias armas, incluindo uma broca para a cabeça e a capacidade de cuspir sanguessugas. "O Mestre..." gerou pelo menos 6 sequências. Nenhum destes é tão bom quanto este, embora a parte 2 mereça nota alta por seu personagem fantoche-de-lança-chamas. Quando inicialmente assisti a ele, era relativamente novo no gênero horror e achei bem interessante. 


Contanto que você não se incomode, pelo fato de ter sido lançado direto para Vídeo, você nunca terá qualquer problema em desfrutar plenamente do que ele tem a oferecer. A má qualidade visual, a música brega e os efeitos barulhentos, são parte integrante do que deve se esperar do terror americano B, porém há um grande charme e senso de diversão sobre o filme, que não há em muitas produções de orçamento maior. 


Grande parte disso, é o resultado do trabalho meticuloso dedicado a dar vida aos bonecos. Os fantoches são uma mistura de animatronics, animação pura e algumas técnicas improvisadas e, como resultado, têm vida própria, tornando-os muito mais assistíveis do que o elenco. Embora a bela Irene Miracle (no papel de Dana Hadley) e Paul Le Mat tenham feito um trabalho razoavelmente decente, o resto do cast é decepcionante (ou seja, você passará o filme torcendo pela vitória dos fantoches). Em suma, para um filme tão cheio de problemas, "O MESTRE..." ainda é divertido. 


Eu certamente não tenho dúvidas ao recomendar para uma conferida rápida ou um dia chuvoso, mas eu vou avisá-lo, é brega, sangrento e inútil, por isso não será diversão para todos.Também conhecidos como BONECOS DA MORTE. Nota 9.

Direção de David Schmoeller.